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Facebook: o divisor de águas da comunicação e do consumo

Hoje é aniversário de criação do Facebook. Fundada em 4 de fevereiro de 2004, a rede social atingiu a marca de 2 bilhões de usuários em 2016, tornando-se um verdadeiro divisor de águas em relação à maneira de comunicar e consumir na internet.


Antes do Face, a plataforma mais utilizada como rede social era o Orkut, que chegou a reunir mais de 30 milhões de usuários ativos só no Brasil. Entretanto, com a popularização do Facebook no país, que se consolidou em 2012, esse número foi rapidamente ultrapassado e, em 2014, o Orkut deixou de existir.




O Facebook se tornou porta-voz de milhares de grupos que, antes, não encontravam espaço para falar. As minorias se levantaram e se empoderaram através dele, criando nichos e conteúdos cada vez mais específicos. A pesquisadora Magali do Nascimento Cunha defende que a mídia social funciona como "um espaço intenso de atuação de grupos que são invisibilizados nas grandes mídias" (2014). As ferramentas da rede (grupos abertos e fechados, eventos, chats exclusivos) ajudaram ativismos, lutas e opiniões diferentes a saltarem das telas e, inclusive, alcançarem espaços públicos e a visibilidade tanto desejada.


É claro que a plataforma conquistou este lugar de avanço social e tecnológico. Mas, uma vez que a comunicação antes feita de poucos para a massa, completamente passiva, se torna uma comunicação de co-relação, em que os usuários produzem, falam e são escutados, os cenários da publicidade e das relações humanas também são afetados. É assim que o conceito de consumo se desenrola em outras interpretações a partir do Facebook.


Acompanhando as tendências dos usuários que mantém uma produção em nichos, a rede alterou seu algoritmo e estruturou um sistema de anúncios bastante efetivo, conquistando empresas de todo mundo que pagam para veicular suas propagandas diretamente ao seu público-alvo. Lado bom? Compra e venda de produtos e serviços com a facilidade e rapidez da internet. Lado ruim? Vazamento de dados de usuários de vários países no mundo. No início de 2018, denúncias de vários jornais em relação à segurança do Facebook colocou em xeque a sua credibilidade.


Atualmente, observamos um movimento de migração dos internautas para outras redes, principalmente para o Instagram. Recentemente, as universidades de Stanford e Nova York publicaram uma pesquisa afirmando que deixar de usar o Facebook durante um mês pode aumentar o nível de felicidade do ser humano.


Essa discussão já é antiga: Zygmunt Bauman já apontava em sua obra "Modernidade Líquida", de 2001, "“No líquido cenário da vida moderna, os relacionamentos talvez sejam os representantes mais comuns, agudos, perturbadores e profundamente sentidos da ambivalência.” Em entrevista ao jornal El País, completou: “As redes sociais são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha.”


E você, o que acha? Como anda sua relação com o Facebook? Conta pra gente!

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